Escritos
Coisas do arco-da-nova


domingo, março 31, 2002  

Quente

Esta golfada de vermelho vivo
Como brotando do coração que me chamas
É um tremendo voltear do crivo
Que separa, que mesmo calibra, se me amas,
As pedras brutas de sentido claro.

E como sabes que em pedra vivo,
Ardendo neste fogo de lentas chamas,
Tento separar como um grande crivo,
Com muito cuidado, porque me amas,
O que faz sentido e o que sinto claro.


Quando vejo esse teu fogo vivo,
Quase como ardendo em chamas,
Sinto que já não te tenho comigo.


Vejo agora que não é a mim que amas,
Sei agora, que afinal não vejo dano.
Vejo apenas o que desejo: tu, comigo, para sempre.



enviado por C | 7:48 da tarde


quinta-feira, março 28, 2002  

Morno

Essa imagem não é a tua
Tu não és assim, pobre diabo
Que nem vês o que fazem
As tuas mãos,
Os teus pés, aonde vão
Onde estás em cada momento,
O que fazes e o que dizes.
Não, mas acredita,
Isso não és tu
Pelo menos não és tu
Imbecil
Pára
Volta para trás.
Ou deixa-te ficar.
Como sabes, é indiferente.
A tua imagem não és tu.
Foi? Era? Quase?
Parte essa merda desse espelho.


enviado por C | 10:37 da tarde
 

Frio

Não
Agora não
Arreda pra lá
Não te quero ver
Nem mesmo isso
Quantas vezes te direi
Não
Não
Não
Tu és fora
E eu sou dentro
Tu és passado,
Mal passado, eheheheh,
E eu presente,
Ó, ó, que belo presente.
Pois, eu sei, não tem piada
Sim, eu sei, é bem triste
Já nada quer dizer coisa alguma.



enviado por C | 10:19 da tarde
arquivos
links
escritos (voltar)
Janela (homepage)
Timor (site)
Lingua Mirandesa (site)
Clusterheads (site)
Treta (site)


Get a GoStats hit counter